Não confie em tudo que você lê: o problema da desinformação científica e fake news em redes sociais.

Por: Lucas Quintino, Luiza Tolini e Mateus Santos.

Ivermectina e hidroxicloroquina ajudam no tratamento contra o Covid-19? Sementes de feijões ajudam no combate ao coronavírus. Chá de limão com bicarbonato quente cura o vírus. Estas são algumas notícias que são compartilhadas pelas redes sociais, todas elas sem comprovação científica, essas desinformações se propagam por todas as redes, tornando-se um conteúdo viral que precisa ser combatido.

Devido ao grande volume de notícias que circulam em diversas redes sociais, essas informações tornam-se cada vez mais suscetíveis de propagação em massa, fazendo com que Fake News e informações sem comprovação sejam reproduzidas junto àquelas informações confiáveis a maneira que se torna cada vez mais difícil sua distinção. Essas notícias podem vir de canais ou perfis que postam informações falsas, conteúdos cheios de distorções para benefícios próprios, podendo ser patrocinadas por entidades políticas ou até financiadas por diversas plataformas de propaganda digital.

Nesse contexto surgem as mais diversas iniciativas, sobretudo nas redes sociais, importantes para o enfrentamento dessa desinformação científica entre elas perfis de informações e orientações no campo da saúde até projetos de extensão vinculados a universidades com o mesmo intuito, com a colaboração de alunos e profissionais de várias instituições, que passam a levar informações confiáveis e com uma linguagem mais acessível à população.

O projeto Qual Máscara, liderado por Ralph Rocha e Beatriz Klimeck, estudantes de pós-graduação da UFF e UERJ respectivamente, é uma das iniciativas nas redes sociais que auxilia as pessoas a se informarem sobre qual máscara elas devem usar em situação de pandemia do vírus.

O ganho de autoridade e de função informativa (e afetiva) do Qual Máscara por seus seguidores

Em entrevista ao Laboratório de Investigação, Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação (Citelab UFF), Ralph descreve um caso em que uma usuária procura a página para se informar se estava usando a máscara correta e também fala da função “afetiva” que o projeto se tornou para algumas pessoas: “Ela (usuária) entendeu que seria essa a nossa função, acolhê-la nesse nível (de responder qual máscara usar), de dizer ‘Olha, essa máscara aqui, você pesquisar se ela é ou não adequada’ […], mas ela quer que a gente dê essa resposta direto para ela. Isso me fez refletir muito sobre a importância de sermos nós ali, né. Como, por exemplo, seria se essa campanha fosse feita pelo Ministério da Saúde? Quantas pessoas teriam de estar ali para resolver as demandas caso a caso? Seria o caso de simplesmente divulgar informação, né? Acho que parte de comunicar tem a ver com essa coisa do afeto, mesmo. Não no sentido de emoção, mas com conexão (com os usuários).” Essa atribuição foi muito importante para que, logo depois, o grupo ficasse mais popular e atingisse até mesmo a influencer Gabriela Pugliesi, que até consultou o grupo sobre a compra de máscaras devido a essa “autoridade inesperada”, o que não era a especialidade do projeto.

Trabalho apresentado como resultado da disciplina Mídia e Saúde, oferecida na graduação em Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense, integrado ao Seminário Mídia e Ciência, organizado pelo CiTeLab em parceria com Nechs

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