Por: Iasmin Barbosa Lourenço Dias

“…procurar formas de criar uma regulação dos meios digitais seria uma alternativa para controlar essa desinformação. Enquanto esses conteúdos falsos continuarem circulando, a sociedade vai continuar sofrendo graves consequências.”
Segundo o canal de notícias G1, o mês de Abril de 2021 se tornou o mais letal da pandemia no Brasil, trazendo 67.723 mortes em somente 24 dias. Superando o mês anterior, esses dados expõem o quanto o país está sofrendo com as consequências do corona vírus. Contudo, além dessa crise na saúde, a nação (e também podemos levar em conta o resto do mundo) se encontra enfrentando outros desafios, como o combate a desinformação. Esse fenômeno é denominado por alguns especialistas como “Infodemia”. A Infodemia pode ser descrita como um rápido excesso de disseminação de informações, que podem ser tanto verdadeiras quanto falsas.
Segundo a doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação, Aline Gonelli, em uma live realizada no dia 18 de março e disponibilizada no canal do YouTube do CiteLab, estamos passando por esse cenário e ao mesmo tempo em que isso pode ajudar em uma democratização de acesso a informações, também pode ser prejudicial para a população visto que “o aumento das buscas sobre os temas relacionados a saúde na internet levam alguns pacientes a adotarem práticas ou tratamentos sem evidência científica”, afirmou a doutoranda.
Nesse cenário infodemico, dentro da internet começou a ocorrer diversas discussões sobre a questão do uso de remédios que não possuem comprovação científica para o combate do corona vírus, como a cloroquina e a ivermectina. Estudos já foram realizados mostrando a ineficácia desses medicamentos para o tratamento do vírus. Contudo, muitos grupos defendem dentro das redes sociais o uso desses remédios. Nesse caso, graças a desinformação, que conseguiu bastante espaço nos meios digitais nessa infodemia, muitos cidadãos podem estar arriscando a sua saúde ao adotarem tratamentos sem evidencia científica.
Como a doutoranda Aline Gonelli afirmou na mesma live mencionada anteriormente: “a circulação de desinformação relacionada à saúde pode trazer graves consequências”. É importante, portanto, encontrar maneiras de controlar essa amplificação da desinformação nos meios digitais. A internet é um ambiente que permite que diversos conteúdos tendenciosos consigam circular livremente sem muitas consequências. Segundo o doutorando da Universidade Federal Fluminense, Rodrigo Quinan, que também participou da live do dia 18 de março, com a chegada da web 2.0 nos anos 2000 muitos acreditavam que a internet poderia ser um espaço revolucionário e que iria ajudar na democratização do mundo, porém eles não prestaram atenção que esse espaço poderia ser danoso por conta da sua falta de regulação, fazendo com que até mesmo grupos de extrema direita conseguissem se organizar de uma forma efetiva.
Dessa forma, procurar formas de criar uma regulação dos meios digitais seria uma alternativa para controlar essa desinformação. Enquanto esses conteúdos falsos continuarem circulando, a sociedade vai continuar sofrendo graves consequências, principalmente se essas informações forem relacionadas a saúde pública. Em tempos como esse, em que o mundo se encontra na luta ao combate do corona vírus, é extremamente importante que a infodemia também seja controlada.
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Trabalho final apresentado para a disciplina Mídia e Saúde, oferecida pela professora Thaiane Oliveira na graduação em Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense, integrado ao Seminário Mídia e Ciência, organizado pelo CiteLab e Nechs. O seminário foi transmitido no canal do Youtube do CiteLab e está disponível em: https://www.youtube.com/c/CiteLabUFF